Família Walter (Wachter)


Por Elis de Sisti Bernardes


Ainda no século XIX, antes de 1857, Carlos Wachter já estava estabelecido no Sertão do Itapocú, na Freguesia de Barra Velha.

Carlos Walter, ou Karl Wachter, era natural de Elberfeld, na Prússia (atual Alemanha), onde nasceu por volta de 1834, filho de Johann Wachter (João Wachter) e Johanna Maria Brögelmann (Joana Maria). Neto materno de Johannes Engelbert Brögelmann e Anna Elisabeth Schmidt, moradores de 
Elberfeld.

Carlos imigrou para o Brasil antes de 1853, possivelmente sozinho, ou casado, visto que o pesquisador Antonio Roberto Nascimento afirma que ele teve um casamento anterior.

Os moradores do Itapocu tiveram conhecimento sobre o jovem forasteiro, de suas habilidades nos ofícios de ferreiro e marceneiro, entre estaleiro no seu porto, e de dois barcos (escunas) e de várias embarcações ribeirinhas. Francisco Onofre da Rosa decidiu empregá-lo. O porto, do velho Chico Onofre da Rosa em frente à casa comercial, e de seus prédios para depósito, engenho e casa de escravos, recebia embarcações a que a preamar permitia calado, permitindo trânsito de escuna até de dois mastros sem receio de encalhes. Os produtos da região consistiam de aguardente, açúcar grosso, rapadura, farinha de mandioca, milho, feijão, amendoim e peles de caça eram ali embarcados. 

Inicialmente, o convívio entre os moradores era embaraçoso, devido ao seu idioma, porém no decorrer dos tempos, falava desembaraçadamente o idioma nacional. A partir de então, passou a ser chamado por todos pelo sobrenome de “Walter”, de pronúncia mais fácil entre os descendentes de açorianos. Ficou também conhecido como Carlos Alemão. 
Trazia boa soma de moeda austríaca (ouro) e adquiriu uma sesmaria de terra, à margem do volumoso Rio Itapocu, tornando-se afamado nos artesanatos com precisão.

No Itapocú, Carlos conheceu Maria Thomasia Januaria da Conceição, filha de Thomas Antônio de Lemos e Joanna Rosa de Jesus, com quem se casou por volta de 1853. Maria Thomasia nasceu no dia 21 de março de 1830 e foi batizada no dia 27 do mesmo mês, na Capela de Armação de Itapocorói, pelo Frei Gregório das Dores. Foram seus padrinhos: João e Bárbara Ignacia. Seu pai, Thomas, era natural de Guaratuba, no Paraná, e sua mãe era natural de Armação de Itapocorói.

Os pais de Carlos viajaram para o Brasil na 1ª classe, dentre os 204 passageiros expedidos de Hamburgo no dia 04/05/1854, na barca inglesa “Linda”, para São Francisco do Sul a atracaram no dia 23 de junho no Porto de São Francisco, onde desembarcaram. Nos dias seguintes ocorreu o desembarque e envio de 
116 colonos que estavam a bordo para a Colônia Dona FranciscaConsta na lista de passageiros que seu pai era relojoeiro, católico, e tinha 50 anos, e sua mãe, protestante, com 58 anos. No ano de 1857 há um registro de que um João Wachter, relojoeiro, havia se instalado na Capital de São Paulo. Sua mãe faleceu antes de 1863.

Junto de seus pais, também imigraram para o Brasil, na 1ª classe, sua irmã Charlotte Alwiene Wachter, então com 23 anos, casada com Friedrich Christian Sohn, de 27 anos, de profissão curtidor, natural de Oberelben, na Prússia (atual Alemanha), e a filha do casal, também chamada Charlotte, de apenas 1 ano e meio. Eles também desembarcaram em São Francisco, mas se estabeleceram em Desterro, na atual cidade de Florianópolis.

Poucos meses após a chegada da família Wachter, em setembro de 1854, nascia o primeiro filho de Carlos e Maria Thomasia, Vicente. No Itapocu, Carlos foi um conceituado lavrador, chefe de numerosa família, tendo um total de 13 filhos. Entre 1865 e 1887, construiu sua casa e um engenho de farinha de mandioca.

Casa de Carlos Walther, no Sertão, hoje Itapocu, em "O primeiro livro do Jaraguá", de Frei Aurélio Stulzer

Por volta de 1868, Carlos requereu ao Estado a compra de um terreno no Itaperiú, que em 1882 estremava, pelo Nordeste com os herdeiros do Capitão Alberto e Thomas Antonio, pelo Sul com Florencio Pereira, pelo Leste com o próprio Walter e Geraldino Soares da Costa, e pelo Oeste com o ribeirão Ai. Este terreno havia sido arrendado para Pedro da Cunha, que nele construiu benfeitorias e fez lavouras. Em março de 1882, Carlos ainda não havia pago o terreno.


A partir de 1876, o porto do Chico passou a ser usado pelos canoeiros a serviço do Coronel Emilio Carlos Jourdan para o transporte de aparelhos industriais, máquinas destinadas ao seu empreendimento em formação em sua fazenda da “Colônia Jaraguá”. Carlos era amigo e compadre do Coronel Carlos Jourdan e a família do amigo vinha passar temporadas em sua casa, onde inclusive nasceu a filha do amigo, Helena Constança, em 1883. Carlos foi padrinho de batismo do filho do Coronel Jourdan, que levou seu nome e mesmo nome dos avós, Carlos Maria Jourdan. 

Em 1882 ocorreu um incêndio no engenho de farinha de Carlos. Em 1883, Carlos pediu ao Estado para comprar um lote de terras no lugar denominado Morro da Boa Vista, ao Sul do rio Itapocu, com 500 braças de frente e 600 de fundo.


Carlos faleceu no dia 08 de novembro de 1884, em sua propriedade, no Itapocu, vítima de um acidente em seu engenho de farinha de mandioca. Estava a dirigir o trabalho de fabricação de farinha de mandioca e quando estava junto a máquina, soltou-se repentinamente o braço da prensa, acertando-lhe a nuca e lhe causando morte instantânea.


Carlos teve seus bens inventariados por sua esposa Maria Thomasia em 1885. No seu inventário, consta que deixou os escravos: Alexandra, Luiza e Antonio. Deixou também o iate "Neptuno", avaliado por um conto e quinhentos mil réis, além de uma canoa de figueira com dois palmos e meio de boca. De gado, deixou uma junta de bois carreiros velhos, uma outra, uma vaca velha e pequena, mais um cavalo azulego novo. Dos bens móveis, destacam-se: um relógio de prata de algibeira, um par de esporas de prata com roseta de ferro, pesando 780 gramas, nove colheres de prata para sopa, seis colheres de prata para chá, uma mesa de araribá e doze cadeiras empalhadas etc. A casa da residência no sítio da vivenda, na Freguesia do Itapocu, tinha sótão e estava edificada sobre alicerces de pedra e cal, com paredes de tijolos, coberta de telhas, medindo 9,40m por 11,70m, tendo na frente duas janelas e uma porta, no eitão do lado oeste duas janelas e duas portas, com todas as janelas envidraçadas, sala de visitas, dois quartos, sala de jantar, despensa, no pavimento térreo, mais uma saleta no pavimento superior. Tal residência, sofisticada para os padrões da época naquele lugar, foi avaliada em dois contos de réis. Deixou, outrossim, uma casa de pau-a-pique, ao lado da de tijolos, barreada e assoalhada, que deve ter sido a primeira do casal, ao lado da que servia de ferraria. Essas edificações estavam situadas nas 143 braças de terras de sua propriedade, que faziam fundos no Ribeirão do Cardoso, dividindo-se, pela frente, com as terras dos moradores da beira do Rio Itapocu e, pelo Sul, com terras dos herdeiros do Major Manoel Antonio Vieira, e, ainda, pelo leste, com as de Bernardino Antonio Caetano, avaliadas em torno de um conto e quatrocentos e trinta mil réis. Deixou, igualmente, 189 braças de terras de frente no Sertão de Dentro no Itapocu, com fundos até o Ribeirão do Cardoso, estremando, pelo Sul, com terras de Bernardino Antonio Caetano e, pelo Norte com terras dos herdeiros órfãos da defunta Rosa Inacia de Jesus, e frente com terras devolutas, estimadas em um conto e trezentos o oito mil réis; mais 80 braças de frente no lugar Lagoinha, no Itapocu, com fundos até as terras dos moradores do Sertão, fazendo frente no Rio Itapocu e estremando, pelo Sul, com terras de João Antonio Pereira e, pelo Norte, com terras de Bento de Sousa, avaliadas em 160 mil réis; mais 69 braças de terras no lugar denominado "Ai", na margem direita do Rio Itapocu, fazendo fundos com terras devolutas, estremando, pelo Leste, com terras dos herdeiros do Major Manoel Antonio Vieira, e, pelo Oeste, com terras dos herdeiros do finado Francisco Luiz Fagundes, estimadas em 464 mil réis; mais 50 braças com fundos no Ribeirão Cardoso, estremando, pelo Norte, com terras de Laurentino Francisco da Rosa e, pelo Sul, com terras de Manoel Alberto da Silveira. Deixou também diversas roças de mandioca.


Maria Thomasia faleceu no dia 05/01/1915, na Freguesia do Itapocú, após sofrer de uma enfermidade.


Filhos:



1. Vicente Carlos Walter (*~09/1854 Bat. 03/02/1855, São Francisco do Sul Padr: Vicente Antonio Caetano e sua mulher Rosa Ignacia de Jesus +Antes 1885). Faleceu ainda criança.





2. José Maria Wachter (*07/06/1857 Bat. 26/07/1857, Penha Padr: Ponciano Antônio de Lemos e Lucinda Rosa de Jesus +Após 1884). Faleceu solteiro.





3. Eduardo Carlos Walter (*14/01/1859, Barra Velha, Paraty Bat. 14/03/1859, Paraty Padr: Vicente Antonio Caetano e Rosa Ignacia de Jesus +06/03/1910, Hospital de Joinville, de carcinoma Sep: Joinville). Foi marceneiro e ferreiro.
Casou com Beatriz Christina Maria Pereira (*~1869 Bat. Joinville +Antes 1910), filha natural de (Padre) Joaquim Francisco Pereira Marçal e Thomasia Maria da Conceição, no dia 22/07/1886, na Matriz de Paraty. Ela, por ser filha de Padre foi registrada apenas como filha natural, sendo legitimada em testamento pelo pai. Ele trabalhou nas oficinas da Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1885). Morou em Campinas, SP (1885), em Paraty (1888-1889), em Rio Negro, PR (1892) e no Itapocu (1897).
Filhos:

- Maria Veneranda Walter (*11/11/1887 Bat. 15/04/1888, Paraty Padr: Emillio Carlos Walter com sua irmã Veneranda Walter +13/08/1889, de bronquite)

- Juvenal Pereira Walter (22/06/1889, Paraty +07/07/1933 Sep: Araquari). Fez parte do Conselho Municipal de Paraty (Araquari), em 1923 e em 1927-1930. Foi Chefe Escolar (1930) e Agente Ferroviário do município de Paraty.

Casou com Maria Borges da Silva (*29/02/1892, Barra Velha +Após 1972), filha de Nazario Caetano da Silva e Hermelina Borges da Silva.
     - Eduardo Pereira Walther (*08/01/1919, Paraty +02/06/1976, Joinville, Hospital São José, de trombose cerebral Sep: Joinville). Foi marítmo.
     Casou com Maria Brenneisen (*22/04/1931, Joinville +15/11/1987, Joinville Sep: Joinville), filha de André Anselmo Brenneisen e Judith Lyra, no dia 22/03/1969, no cartório de Joinville. Moraram em Joinville. Filhos: Eduardo Pereira Walter Filho (*~1948); Roseli (*~1950); Dinora (*~1972); Adriane (*~1974).
     - Alaor Brasil Pereira Walter (*06/03/1922, Paraty +25/01/1972, São Francisco do Sul, de tuberculose). Foi conferente de cargas.
     Casou com Herminia Soares dos Santos (*14/09/1927, São Francisco do Sul +28/09/1964, São Francisco do Sul Sep: São Francisco do Sul), filha de Elias dos Santos e Onelia Soares. Filhos: Carlos Alberto dos Santos Walter; Iolando Pereira Walter; Ismenio Pereira Walter; Leo Cezar Pereira Walter; Leocadio Pereira Walter; Alaor Brasil Pereira Walter Junior; Aladim Pereira Walter; Juvelias Pereira Walter.
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     - Ivette Walter (*21/12/1923 +2012, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro)
     Casou com Arilton Pereira Barboza (*1916, Espírito Santo +31/08/1963, Duque de Caxias, RJ Sep: Duque de Caxias, RJ), filho de Antonio Pereira Barboza e Virgulina Alves. Foi marítmo. Filhos: Ana Maria Walter Barboza (*1945 +21/08/1980, Rio de Janeiro, RJ Sep: Rio de Janeiro, RJ), casou com Gerson Jorge Nogueira, deixou 2 filhos; e mais uma filha.

- Perseveranda Christina Walter (*~1890 +23/07/1892, Rio Negro, Paraná Sep: Rio Negro)


- Waldemar Pereira Walter (*01/04/1897, Paraty)
Casou com Joanna Ritta da Conceição (*20/10/1907), filha de Cypriano Hermenegildo de Azevedo e Anna Ritta da Conceição.





4. Maria Balbina Walter (*03/1860, Barra Velha Bat. 13/06/1860, Paraty Padr: João Amadio Vieira e Maria Amelia Vieira +06/03/1906, Itapocú Sep: Itapocú)
Casou com Francisco Maria de Faria Machado (*28/10/1857, Viana do Castelo, Braga, Portugal +01/09/1891, Rainha, Itapocú, assassinado por João Luiz dos Santos, que lhe devia uma conta, levou dois tiros de revólver e repetidas pancadas na cabeça deferidas com a mesma arma), filho de Sebastião José de Faria Machado e Rosa das Dores de Oliveira, no dia 30/07/1883, na Casa de Missões do Itapocú, pelo Padre João Maria Cybeo. Foram testemunhas: Alusina Vofn e Emilio Carlos Jourdan. Francisco foi naturalizado brasileiro no dia 19/06/1885. Maria foi professora pública na Vila do Paraty (1883-1885), do Itapocú (1890-1895) e de Jaraguá (1896-1899). Teve filhos que moraram no Itaperiú.
Filhos:






5. Jeronimo Carlos Walter (*18/01/1862 Bat. 11/05/1862, Paraty Padr: Thomaz Antonio de Lemos e Joanna Rosa de Jesus +Entre 05/1869-1885). Faleceu ainda criança.
Thomas Antonio de Lemos, seu avô materno, fez seu testamento no dia 16/05/1869, no Sertão do Itapocu, na Freguesia de Barra Velha. Deixou dez mil réis para cada afilhado, entre eles para Jeronimo, filho de Carlos Walter.





6. Emilio Carlos Walther (Wachter) (*17/08/1863, Barra Velha Bat. 08/12/1863, Barra Velha Padr: Manoel Antônio Vieira e Deolinda Rosa da Graça +05/05/1913, São Bento do Sul Sep: São Bento do Sul). Sabia escrever. Foi ferreiro (antes de 1889) e negociante, no Itapocú, na Freguesia de Barra Velha. Em outubro de 1889 aderiu ao Partido Republicano e foi 2º secretário do Clube Republicano no Itapocú. Foi Juiz de Paz na Freguesia de Barra Velha (1893). Mudou-se para São Bento, onde foi funcionário público, nomeado coletor das rendas estaduais e também membro da junta revisora do alistamento, em 1899. No dia 09/07/1901, Emilio recebeu a concessão do Governo do Estado de Santa Catarina, de 1.152,816 m² de terras no Itaperiú, confrontando pelo Norte e pelo Este com terras devolutas, pelo Sul com terras dos herdeiros de Florencio Pereira e pelo Oeste com terras de José de Borba e terras devolutas, no valor de 1:268.097 réis. Foi nomeado 3º escriturário da Subdiretoria de Rendas em 1907, sendo exonerado em 1910 por ter sido nomeado exator federal (1905-1913), em 1910 era coletor de Brusque.
Casou com Maria von Krause (*~1878 +Após 1935), filha do cervejeiro Otto Bernardo von Krause (professor de primeiras letras) e Frederica Maria Ziegler, moradores em São Bento, no dia 12/07/1902, na casa da noiva, pelo cartório de São Bento do Sul e na igreja luterana. Moraram em São Bento do Sul. Viúva, casou com Otto Bennack, filho natural de Frederico Brüstelein, em Joinville. Moraram na rua Itajaí, na esquina com a rua 7 de setembro, em Joinville.
Filhos:

- Edith Krause Walter (*
31/05/1903, São Bento do Sul +02/12/1982, Joinville Sep: Municipal, Joinville
Casou com Casimiro Silveira (*01/11/1891, Painel, Lages +14/08/1972, Joinville Sep: Municipal, Joinville), filho de Israel Paulo da Silveira e Marcolina Maria dos Prazeres, no dia 16/09/1923, no cartório de Joinville. Casimiro foi bancário e industrial de renome na década de 60 na cidade de Joinville e a partir de 66 teve grande influência no comando da ARENA.
Filhos:
     - Íris Silveira (*19/09/1924, Joinville +21/12/1985, Joinville Sep: Municipal, Joinville)
     Casou com Curt Alvino Monich (*17/05/1923, Joinville +05/06/1982, Joinville Sep: Joinville), filho de Oskar Monich e Hilda Herna Fulte, no cartório de Joinville e se desquitaram. Moraram na rua Orleans, no bairro América. Curt foi industrial, que foi vereador de Joinville (1963-1973 e 1977-1982) eleito pela UDN, sendo presidente da Câmara de Vereadores por algum tempo. Filhos: Arlete Silveira Monich Fronza (*~1947); Casimiro Silveira Monich (*~1949); e Beatriz Silveira Monich (*~1952).
     - Waltrudes Silveira (*11/09/1926, Joinville +13/03/1971, Joinville Sep: Municipal, Joinville)
     Casou com Pedro Hugo Petry (*01/08/1925, Joinville +19/11/1974, Joinville Sep: Municipal, Joinville), filho de Emilio Pedro Petry e Helena Delitsch, no dia 05/05/1952, no cartório de Joinville.
     - Leoni Silveira (*17/02/1931, Joinville +20/04/1996, Itajaí Sep: Municipal, Joinville)
     Casou com Marcos Neumann, no cartório de Joinville e se divorciou. Morou em Joinville e em Cabeçudas, Itajaí. Filhos: Luiz Neumann (*~1954); e Sérgio Neumann (*~1957).

- Renato Carlos Walter (*13/07/1905
, São Bento do Sul +10/02/1906, afogado no rio São Bento, São Bento do Sul)

- Nelson Walter (*10/12/1906, São Bento do Sul +17/07/1982, Joinville Sep: Joinville). Foi comerciante.
Casou 1º com Marina (Helene Martha) Hellwig (*03/02/1914, Joinville +06/12/1974, Joinville Sep: Municipal, Joinville), filha de Alfredo Hellwig e Anna Beck, no dia 02/02/1935, no cartório de Joinville.
Casou com Ilse Colin (*04/04/1920 +11/10/2010 Sep: Municipal, Joinville), filha de Guilherme João Colin e Ilse Hedwige Clara John, após 1974, no cartório de Joinville. Moraram em Joinville, na Estrada da Cruz.
Filha com Marina:
     - Marianna Walter (*~1936)
     Casou com _ Dedekind.

- Renato Walter (*09/07/1910, São Bento do Sul +16/11/1997, de causas naturais Sep: Municipal, Joinville). Estudou medicina na UFPR, especializando-se em Cirurgia e Ginecologia e Obstetrícia. Foi o 5º médico a atuar no Hospital Misericórdia de Vila Itoupava, em Blumenau. Com o CRM 271 foi um dos pioneiros da medicina em Joinville, atuando na cidade desde antes de 1938, estando na escala do primeiro plantão médico hospitalar de Joinville (HMSJ), nas festividades dos 100 anos da cidade. Atuou também como médico em Jaraguá do Sul.
Casou com Nadyr Fernandes (*23/05/1916 +09/01/2016 Sep: Municipal, Joinville), filha de Julio Cesar Fernandes (administrador dos Correios e Telégrafos de Joinville) e Elisa B., no dia 16/12/1936, em Joinville. Teve 5 filhos (um deles: Renato Carlos), netos e bisnetos.
Renato é o primeiro da direita, em pé (de bigode)





7. João Walter (*~11/07/1865 Bat. 11/12/1866, Barra Velha Avó paterna já falecida. Padr: Ponciano Antonio de Lemos e sua mulher Barbara Tavares de Miranda +Antes 1885)





8. Gustavo Carlos Walter (*~1866, Paraty +07/03/1935, Paraty)
Casou com Deolinda Auta Caetana (*02/10/1878, Paraty Bat. 02/06/1879, Araquari +30/04/1938, Paraty), filha de José Bernardo Caetano e Clarinda Duarte de Souza, no dia 09/08/1902, na casa de Maria Thomasia Walter, no cartório de Itapocú. Foram testemunhas: Emilio Carlos Walter e Tito Livio Venancio da Rosa. Foi nomeado 2º suplente do subdelegado do distrito de Itapocu, em 1915, ficando no cargo até 1930.





9. Manoel Carlos Walter (*~1867 +01/05/1884, Santos, São Paulo, de "febre"). Foi à Santos em um hiate de propriedade de seu pai, foi atacado de uma violenta febre que o matou em poucos dias.






10. Adolpho Carlos Walter (*19/01/1868, Itapocú de Barra Velha Bat. 17/01/1869, São Francisco do Sul Padr: José Antonio d'Oliveira e sua mulher Emilia Julieta Nobrega d'Oliveira). Sabia escrever.
Casou com Isabel Maria Medeiros (*~1870, Itapocoroy), filha de Victorino Jacintho da Silva e Maria Marcellina Medeiros, naturais de Itapocoroy e moradores no Gravata, em Itajaí (hoje Navegantes), no dia 02/09/1893, na casa do Juiz de Paz Emilio Carlos Walter, pelo cartório de Barra Velha. Foram testemunhas: Alvim Carlos Walter, 23 anos, lavrador, nesta Freguesia; Lucio Victorino da Silva, 24 anos, lavrador, no Itaperiú; Veneranda Maria Walter, 20 anos, nesta Freguesia. O casamento religioso ocorreu no dia 17/05/1894, na Matriz provisória de Barra Velha. Foram testemunhas: Antonio Dias Patricio e Manoel Henrique de Assis. Moraram no Itapocu.
Filho:

- Jogó Adolfo Walter (*11/12/1895, Itapocu)





11. Alvim Carlos Walter (Alvino) (*22/06/1869, Itapocú Bat. 18/02/1871, Joinville Padr: Francisco Joaquim da Rosa e Carlotta Alvina Sohn +Joinville Sep: Joinville). Foi nomeado estafeta-condutor da linha dos Correios de São Francisco à União da Vitória, em 1920.
Casou com Aurélia Maria Vieira (*10/05/1874, Joinville Bat. 03/10/1876 +Joinville Sep: Joinville), filha de Francisco Antonio de Paula Vieira (Capitão) (filho do Tenente-Coronel Antônio João Vieira Sênior e Aguida Maria do Rosário) e Maria Emilia da Costa (filha de João Antonio da Costa Cidral e Josefa Alves), no dia 05/05/1900, no Itapocu. Trabalhou nos Correios de Jaraguá (1903). Em 1919 passou de agente dos Correios a estafeta nos trens que iam de São Francisco a Porto União. Aurélia começou o magistério em Joinville. A partir de 1901, foi professora em Jaraguá, na escola isolada Itapocú-Hansa, em 1906 passando a lecionar na casa de José da Silva Porto, onde depois foi a fábrica de Bebidas Max Wilhelm. Em meados de 1908 iniciava aulas em prédio domiciliar, na esquina das atuais ruas Emilio Carlos Jourdan e Presidente Epitácio Pessoa. Em 1914 a escola foi desmembrada e ela passou a ser responsável pela turma feminina. Aposentou-se em 1919. Mudaram-se para Joinville.
Filhos:

- Anésia Walter (*Itapocu-Hansa, Jaraguá +Belo Horizonte). Foi professora.
Casou com João Batista Crespo (*SC), poeta, escrivão da Exatoria Federal da Vila (1917). 

- Alvim Walter Junior (Nonô) (*04/03/1905, Jaraguá do Sul +23/10/1937, Rio de Janeiro, por envenenamento Sep: Cemitério São Francisco Xavier, Rio de Janeiro). Morou à Rua São Pedro, número 254, no Rio de Janeiro. Solteiro.

- Almerinda Walter. Solteira. Morou em Joinville.





12. Alfredo Walter (*04/06/1871 Bat. 10/08/1872, Barra Velha Padr: Francisco Joaquim da Conceição e Maria Joaquina da Conceição +Antes 1885)





13. Veneranda Walter (*27/03/1873, Sertão de Itapocú Bat. 28/03/1874, Joinville Padr: Eduardo Lebon, assistindo no batismo os protestantes Frederico Brüestlein e Elisa Hasse, de Joinville +21/02/1917, Paraty). Foi professora substituta por 3 meses no Itapocú, em 1895.
Casou com Tito Livio Venancio da Rosa (*~1878 +15/06/1928, Paraty), filho de Venâncio Francisco da Rosa e Clementina Francisca da Rosa, no dia 24/09/1898, em Paraty. Moraram no Itapocú.
Filhos:

- [Ver filhos em Família de Joze Francisco Pereira]








Escravos de Carlos Walter:

No seu inventário, feito em 1885, consta que deixou os escravos: Alexandra, Luiza e Antonio.

- Alexandrina Maria de Jesus (ou Alexandra) (*Porto Belo +Entre 1866-1893), escrava de Carlos Walter.
Filhos:
     - Antonio (*10/04/1860, Paraty Bat. 20/05/1860, Paraty Padr: Antonio, escravo de Thomaz Antonio de Lemos, e Rita, escrava de Vicente Antonio Caetano)
     - Luzia Alexandrina de Jesus (*~1868, Barra Velha), escrava de Carlos Walter.
     Casou com João Baptista Soares (ou João Baptista da Silva) (*~1858, Camboriú +Após 1897), ex-escravo de Fructuoso Soares da Costa, no dia 03/06/1893, na casa do Juiz de Paz Emilio Carlos Walter, no cartório de Barra Velha. 
     Filha solteira:
          - Maria José (*19/03/1893, Itapocú, nascida livre Bat. 03/10/1894, Barra Velha, como "Josepha" Padr: Julio Alonso Martinez e Manoela Soares)
     Filhos com João Baptista Soares:
          - [Ver Família Soares da Costa]

Rosa, preta, escrava
Filha:
     - Luiza, preta, escrava de Carlos Walter (1876-1885)
      Filhos:
          - Rita (*15/02/1876, Barra Velha, nascida livre Bat. 12/05/1876. Barra Velha Padr: Polidoro Jose de Sant'Anna e Rita Cesaria dos Santos), parda
          - Damião (*20/11/1881, Piçarras, nascido livre Bat. 12/11/1882, Penha Padr: O pardo Ricardo, escravo de José Joaquim de Macedo e a preta Bernarda? Rosa de Jesus, solteira), mestiço






Referências

- CARTÓRIO CIVIL. Livros de registros.
- HMVI.
- IGREJA CATÓLICA. Livros de registros.
- NASCIMENTO, Antônio Roberto. Moradores do Rio Itapocú. Blumenau em Cadernos, Blumenau t. XXXIX, n. 04, p. 30-47, abr. 1998.
- SÃO BENTO NO PASSADO.
- SILVA, Emílio da. Jaraguá do Sul: a povoação do Vale do Itapocu. (Segundo Livro do Jaraguá), 1. ed. Jaraguá do Sul: 1975.
SOUZA, Sirlei de. Ecos de resistência na desconstrução da ordem: Uma análise da "Revolução de 64" em Joinville. UFSC: Florianópolis, 1998.
- TOMIO, Telmo. Genealogia e história.

Contribuições com mais informações:
- Eduardo F. Walter
- Tarcízio Walter