Família Momm


Por Elis de Sisti Bernardes


Família de Antonio Momm 


O trisavô de Antonio Momm, Carl Friedrich Momm, imigrou para o Brasil junto a esposa Johanna Luchtenberg e os filhos Ludwig Wilhelm Momm, o bisavô de Antonio, então com 27 anos, e Friedrich Momm, de 14 anos. A família chegou no Porto do Rio de Janeiro em 30 de julho de 1862, vindos da Antuérpia a bordo da barca suíça Carolina. Foram recebidos na Hospedaria do Rio de Janeiro e encaminhados para a Província de Santa Catarina em 06 de agosto de 1862 a bordo do vapor Tocantins.

Carl Friedrich Momm era pintor de igrejas, nascido em 11 de novembro de 1811, em Muelheim An Der Ruhr, na região administrativa de Düsseldorf, na Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha, filho de Gerhard Momm, natural de Duisburg, e de Gerhardine Susanne Catharina Siebel, natural de Muelheim An Der Ruhr, ambos evangélicos. Ficou órfão de pai e mãe com menos de três anos e casou com Johanna Luchtenberg, nascida em 08 de fevereiro de 1805, em Orsoy, na Prússia, filha de Ludwig Luchtenberg, natural de Vierbaum, em Wesel, e de Elisabeth Falk.

Já o bisavô de Antonio, Ludwig Wilhelm Momm nasceu no dia 20 de outubro de 1834, em Orsoy, na Prússia. Nos registros no Brasil não constam os prenomes Carl e Ludwig em nenhum dos documentos, seu bisavô, Ludwig Wilhelm, passou a ser chamado de Guilherme e seu trisavô, Carl Friedrich, de Frederico.

A família Momm estabeleceu-se inicialmente em Rio Novo, na Colônia de Teresópolis, hoje Queçaba, em Águas Mornas. Em 07 de janeiro de 1868, receberam títulos provisórios de terras de Theodoro Todeschini, na margem esquerda do Rio Novo. Seu bisavô Guilherme o lote 22 e seu trisavô Frederico o 21. O irmão de Guilherme, Friedrich, transferiu-se para Desterro, atual Florianópolis, por volta de 1869. Guilherme mudou-se para o Morro Garcia, na Fazenda Sacramento de Baixo, em Águas Mornas, então pertencente a Santo Amaro da Imperatriz.

Seu bisavô Guilherme era protestante, mas converteu-se ao catolicismo ao casar-se com Anna Maria Franzener. Anna nasceu no dia 21 de março de 1848, em Rachadel, em Antônio Carlos, filha dos alemães Nikolaus Franzener e de Maria Anna Margaretha Conradi. O pai de Anna, Nikolaus, era filho de Laurentius Franzener e de Maria Catharina Schmitt, casados em 1793, em Forst Alenkirchen, na Prússia. Nikolaus veio da Alemanha para o Rio de Janeiro em 1823 para incorporar-se à Guarda do Palácio de Dom Pedro I. Em 1828, pelos serviços prestados ao governo, recebeu 40 alqueires de terras em São Pedro de Alcântara, onde foi residir e casou-se. Já a mãe de Anna, nasceu em 1828 e era filha de Johann Peter Conradi e Maria Margaretha Thomas, que chegaram ao Brasil em 29 de março de 1829 no navio Marquês de Viana, já com a filha Maria Anna.

O casal Guilherme e Anna viveu durante a maior parte de suas vidas em Morro Garcia, situado na Fazenda Sacramento de Baixo, em Águas Mornas, onde nasceram seus 14 filhos, entre eles o primogênito, o avô de Antonio Momm, Clemens Friedrich Momm. Guilherme construiu uma grande casa de material com vidraças, por ele pintada de branco, que media 9 por 12 metros. Na fachada, pintou uma parreira de uvas povoada de passarinhos. O casarão foi demolido em 1968 e a madeira foi aproveitada para uma casa menor, construída ao lado. Ainda se encontram no local os velhos engenhos de farinha e de açúcar, bem como o alambique, construídos em 1875 e localizados atrás do casarão. 

Na entressafra, Guilherme era pintor, especialmente de igrejas, assim como seu pai, tendo pintado juntamente com seu filho Ferdinand, a de Löffelscheidt, em Águas Mornas. Vinha seguidamente para Florianópolis onde se hospedava na casa de seu irmão Friedrich e pintava casas, ficando às vezes por semanas.

Em 1896 foi constituída a comissão para coordenar a construção da igreja de Águas Mornas, então denominada Caldas do Norte, e Guilherme Momm, foi um dos sete membros da comissão. Com a igreja pronta, em 05 de novembro de 1897, Guilherme foi encarregado para sua pintura. Aos 06 de janeiro de 1898 a igreja foi inaugurada. Em junho de 1908 a igreja recebeu duas novas imagens, uma do Sagrado Coração de Maria e outra de São José. Uma foi doada pela Senhora Anna Maria Franzener Momm e a outra pela Irmandade do Sagrado Coração.

Seu avô Clemens Friedrich Momm nasceu no dia 21 de março de 1868, em Santo Amaro da Imperatriz. Casou no dia 01 de outubro de 1892, em Santo Amaro da Imperatriz, com Catharina Kuhnen, nascida no dia 15 de junho de 1871, filha de Peter Mathias Kuhnen, filho de Mathias Kuhnen e Catharina Loch e de Theresia Westrup, filha de Henrick Gottlieb Westrup, nascido em Copenhagen, na Dinamarca, e de Maria Rosa de Jesus Mafra, e neta paterna de Andréas Westrup e Sophia Tormin e materna de Maunel de Mafra e Umbelina de Jesus. Seus avós faleceram em Santo Amaro da Imperatriz, Clemens Friedrich faleceu no dia 26 de julho de 1932 e Catharina faleceu no dia 14 de janeiro de 1944.

Seu pai, Augusto Momm nasceu no dia 22 de janeiro de 1898, em Santo Amaro da Imperatriz, e mudou-se para São Pedro de Alcântara, onde no dia 23 de fevereiro de 1924 casou com Anna Pering, nascida no dia 18 de agosto de 1902. Tiveram treze filhos e foram produtores de cachaça. Seus pais faleceram em São Pedro de Alcântara, Augusto no dia 13 de agosto de 1969 e Anna no dia 21 de abril de 1986.


1 Antônio Momm

Antonio Momm nasceu no dia 03 de março de 1932, em São Pedro de Alcântara, no estado de Santa Catarina, filho de Augusto Momm e Anna Pering. Neto paterno de Clemens Friedrich Momm e Catharina Kuhnen e neto materno de Nicolao Pering e Anna Diemon.

Antonio cresceu em São Pedro de Alcântara em uma família numerosa, era o quinto filho dentre os treze filhos Augusto e Anna.

Em 1954, já com 22 anos, Antonio se mudou para São João do Itaperiú, estabelecendo-se na localidade do Morro dos Monos, onde iniciou sua produção de cachaça. Conheceu Maria Blandina Maes, nascida no dia 06 de dezembro de 1935, filha de Leonardo e Maria Maes, produtores de cachaça em Luiz Alves, com quem se casou no dia 26 de maio de 1956. O casal teve onze filhos: Vilma, José Nilton, Ilma Maria, Arlindo, Paulo, Antonio Pedro, Tereza, Olívia, Cecília, Nelson e Janete. Vilma e Antonio Pedro faleceram ainda bebês.

Antonio Momm destacou-se com a produção de cachaça, prática que aprendeu com seus antepassados e que após sua morte continua sendo realizada por seus filhos.

Antonio faleceu no dia 11 de janeiro de 2002 e seus filhos, José Nilton e Nelson, juntamente com Maria, continuaram com os negócios da família.

Maria Blandina faleceu no dia 30 de janeiro de 2014. Foi sepultada no Cemitério de Santa Cruz.

José Nilton e Nelson continuam com a tradição da família, com a produção de cachaça que é realizada na propriedade da família Momm no Morro dos Monos, atraindo muitos apreciadores.



Os filhos de Antonio Momm e Maria Blandina Maes:


1.1 Vilma Momm (*21/04/1957 +30/04/1957)

1.2 José Nilton Momm (*29/03/1958)
Casou com Angelina Vinter
Filhos: Jenice. Amilto e Ademir

1.3 Ilma Maria Momm (*09/04/1959)
Casou com Bernardo Besen
Filhos: Solange

1.4 Arlindo Momm (*07/04/1960) 

1.5 Paulo Momm (*18/05/1961) 

1.6 Antonio Pedro Momm (*13/06/1962 +13/06/1962)

1.7 Tereza Momm (*22/03/1964)
Casou com Nivaldo Stein

1.8 Olívia Momm (11/07/1965) 

1.9 Cecília Momm (*19/03/1967)

1.10 Nelson Momm (*08/06/1968) 
Casou com Menni Santos
Filhos: Daniel e Danilo 

1.11 Janete Momm (*03/02/1973)
Casou com Alecio Valler 
Filhos: Alice



Referências

- MOMM, Nilo. Família Momm.